quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Retirado do blog do CB - http://xxcb.blogspot.com/

Parapentes x Performances

Fico observando os comentários que giram vez por outra pela lista e também pelas rampas e botecos de vôo e continuo sem entender a confusão que os pilotos fazem quanto aos resultados que um piloto produz com um parapente x os resultados possíveis de se produzir com um parapente.
Sempre que possível, tento dar a minha contribuição de forma contundente para que fique claro que quem leva o piloto a qualquer lugar é primeiro a sua mente (sua técnica) e depois o seu parapente. Mas, por incrível que pareça, os pilotos continuam não entendendo isto... continuam gerando discussão estéril sobre este assunto.
De qualquer forma, como não me canso nunca, vamos lá novamente:
Em 1993 Richard Gallon, voando um UP Katana (Competition Class - Projetado pelo Gin Seok, dono da Gin Gliders), fez um vôo de 180km em Governador Valadares. Para quem não sabe, voar mais de 100km em Governador Valadares não é para qualquer um. Valadares é um lugar muito técnico e que vende o piloto com muita facilidade. É preciso errar muito pouco e estar sempre ligado nas oportunidades de avançar no vôo, pois o vôo acaba sendo muito lento na postura padrão.
Bem, o cara foi lá e fez, em 1993. Para se ter uma idéia do feito deste piloto francês, observem a performance do Katana e a compare com a performance do SOL Yaris.













UP - Katana (Competition - 1991)
Melhor Planeio: 1,5m/s a 35km/h - Velocidade Máxima: 42km/h - Planeio Máximo: 7,5:1

SOL - Yaris (Standard - 2001)
Melhor Planeio: 1,3m/s a 36km/h - Velocidade Máxima: 44km/h - Planeio Máximo: 8:1

Observem que, em todos os quesitos, o Yaris é muito mais competente que o Katana. Agora, me expliquem, qual a razão para que um piloto troque de vela e saia de seu DHV 1-2 ou EN-B ou LTF-2 para obter mais performance em seu vôo. Eu não consigo entender. Quando se fala em XC, não faz sentido nenhum.
Amigos, vamos despertar, vamos parar um pouco e refletir um pouco mais quanto a este assunto de maneira mais prática e consciente. Volto a dizer, a limitação do seu vôo não está no alongamento, na velocidade ou no planeio do seu parapente, está na sua capacidade técnica.
Vamos agora tomar um susto então. O recorde atual de XC em Governador Valadares, que uso como exemplo por ser um lugar complexo para se fazer XC, é de 201km. Este vôo foi feito pelo Rodrigo Slow com um Boomerang 3.
Quero só ver o que vocês vão dizer agora, quando compararem o Boomerang 3 com o Synergy 4. Hehehehehehehe. Vamos lá.... preparem-se.

GIN - Boomerang 3 (Competition - 2003)
Melhor Planeio: 1,1m/s a 37km/h - Velocidade Máxima: 48km/h (s/ Trimmer) - Planeio Máximo: 9,4:1

SOL - Synergy 4 ( EN C - 2010)
Melhor Planeio: 1,2m/s a 38km/h - Velocidade Máxima: 55km/h - Planeio Máximo: 9,4:1

Bom, será que precisaremos voltar a discutir este assunto novamente??? Eu, com certeza, terei o maior prazer em bater na boca do estômago novamente para que as pessoas acordem e passem a encarar este assunto com mais números e menos caraminholas na cabeça.
Quando falamos em competição, a variável muda um pouco. O fator velocidade pesa um pouco mais e realmente limita o desempenho de velas mais lentas. Só que, não se esqueçam, competição é competição. Você quer participar ou ganhar? Para participar, você pode voar e competir com velas da sua categoria. Só isto. Nada de complexo. Agora, você quer ganhar na geral? Voe mais, estude, aprenda, evolua e vá seguindo os degraus da escada evolutiva de maneira sólida e consistente. Com certeza chegará a hora em que você, se quiser, terá capacidade técnica e funcional para pilotar qualquer tipo de vela.
Um grande abraço a todos e, além de bons vôos, boas escolhas. Divirtam-se!!!

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