".....Do jeito que coisa está - só rindo para não chorar -, vai começar a ficar
interessante colocar a marca do patrocinador no reserva também.
Cada um é livre para fazer da vida, e do voo, o que quiser.
Mas parece-me que ninguém é livre para deixar de colher as consequências de
suas escolhas.
Ninguém entra de gaiato, de ingênuo numa competição de alto nível. Quem
entra sabe que para competir contra colegas que assumem posturas/escolhas
radicais no voo, acaba tendo que por a cabeça literalmente a prêmio - para
continuar sendo competitivo -, por causa de um prêmio - e não estou julgando
se isso é sinal de inteligência, ou não, já que não tenho moral para atirar
essa pedra...:-)
Quem escolhe ser um competidor profissional, que precisa mostrar resultados,
inevitavelmente precisa jogar conforme as regras(que estão longe de serem
compassivas) desse jogo. Precisam ser guerreiros, e toda guerra traz
consequências, que dependem de até onde o guerreiro quer ir.
Mas há muitos pilotos entrando de gaiato na história de voar nas atuais
velas de competição, deixando-se levar pelos seus egos numa viagem para a
qual não têm subsídio técnico para arcar com as consequências dessa escolha,
e não estão conscientes disso.
Querem empunhar uma espada, mas se atrapalham para lidar com uma faca...
Em virtude dos meus cursos, percebo pilotos que não tem sequer habilidade
para estarem, voando um LTF 2/3 ou EN - D, e estão me questionando sobre
voarem numa vela de 2 tirantes.
E já vi alí mesmo sobre a água, com pilotos de níveis distintos, que as
velas de dois tirantes exigem uma habilidade que só costumo ver em pilotos
com uma boa base de acrobacia. Percebo muito piloto excelente de cross
voando de 2 tirantes, mas que não tem uma clara noção de estol/parachutagem,
muito menos de fly-back, e sabe menos ainda de como usar um estol a seu
favor.
Infelizmente, como profissional envolvido com a conscientização dos aspectos
do voo, não consigo vislumbrar um panorama otimista em termos de acidentes,
se a coisa continuar nesse embalo."
Kurt
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