Nesse final de semana como não teve vôo (condição esta horrivel) Então tive tempo de ler novamente o livro “Morderno vôo de distancia em planadores” de F. W. Weinholtz. Daí segue uma parte do capitulo que explica de forma simples como funciona o "gatilho"das termicas.
“De todos os livros mais antigos de vôo a vela, conhecemos o famoso quadrado: campo arado = ascendente, floresta = descendente, cidade = ascendente, lago = descendente, etc.
Quantos volovelistas já tiveram a amarga experiência de ficar circulando sobre uma cidade só encontrando descendentes e então planeio para pouso encontrar sobre uma região de floresta a térmica do dia?
Tomemos para explicação o exemplo de um cano de água em um porão úmido. As gotas ficam penduradas em filas. Pelo seu peso estas deveriam cair, mas a tensão superficial as mantêm agrupadas. Se tocarmos com o dedo uma delas, a água começara a escorrer de ambos os lados, concentrando-se no lugar tocando e escorre para o chão. Comportamento semelhante ocorre com a térmica.
Pela irradiação solar aquece-se sobre a superfície terrestre uma grande massa de ar, que com a continuação da irradiação cresce continuamente. Como essa massa é muito mais leve que o ar frio sobre ela, deveria, em principio, subir, mas a tensão superficial a prende ao solo. O vento desloca esse bolsão sobre a superfície e só um impulso em algum ponto do percurso dessa massa é que inicia o deslocamento ascendente. A massa de ar quente desloca-se com a forma de um cilindro até interceptar uma isoterma ou uma inversão . O cilindro ou tubo é alimentado pelo bolsão até a extinção deste.
A forma de impulso pode ser variada. Então é possível que um aquecimento muito intenso do ar, sobre pedreiras ou complexos industriais, por exemplo, consiga perfurar o bolsão , liberando assim a ascendente do ar quente. Mas também obstáculos, como encostas ou fileiras de arvores, contra as quais o ar quente é impulsionado pelo vento, podem desprender a térmica. As vezes são turbulências geradas por movimento, por exemplo a passagem de um trem ou de automóvel, que iniciam um tubo térmico.
Observe-se também que com o aumento da intensidade do vento de superfície há um aumento de impulsos e, portanto da quantidade de térmicas, os bolsões entretanto, não atingem as mesmas dimensões como com vento calmo. “É fato conhecido também que um mesmo bolsão pode ser varias térmicas”.
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